A DOR SILENCIOSA: AS RAZÕES QUE LEVAM UM PASTOR A DESISTIR

Mesmo antes de ser pastor já vinha lendo e observando os textos, os relatos e as lutas de pastores que afirmavam enfrentar crises no ministério. São incontáveis casos de homens que começaram o ministério de forma apaixonada e vibrante e que, aos poucos, foram definhando, como alguém que começa a correr, mas depois se vê sem forças para continuar ou alguém que tenta caminhar com os pés presos. Não digo isso para me referir a pastores que apostataram da fé por abraçar heresias e distorções, mas para falar sobre o cansaço da alma de pastores que são assolados dia e noite e têm que viver com o pior tipo de solidão que existe, que é a solidão acompanhada. São guerreiros da fé que têm que lidar diariamente com as lutas da ingratidão, da solidão, das pressões psicológicas do mundo atual, da não compreensão, do ativismo, da síndrome do sucesso e da relevância, de crises financeiras e conjugais.

Hoje temos um exagerado número de pastores que enfrentam variados problemas decorrentes do ministério, de forma direta ou indireta. São problemas na igreja, em casa e consigo mesmo. São crises ministeriais, familiares e pessoais.
Um outro elemento que é somado a tudo isso, mas que não iremos abordar aqui, apenas citaremos e trataremos disso em outra ocasião, é o fato de que pastores normalmente recebem treinamento em seminários para exercerem o ministério pastoral, enquanto suas esposas não, o que faz com que estas auxiliadoras sejam submetidas a pressões e dissabores para os quais não foram preparadas, sendo tomadas de surpresa pela lutas ministeriais, dificultando, então, o relacionamento conjugal, que se mistura com o ministerial. É raríssimo, especialmente no Brasil, se ouvir falar de seminário teológico para esposas de pastores. Isso traz outro tipo de dificuldade, que se refere a compreensão do ministério e conduta adequada ao lado do marido.
Recentemente uma enxurrada de casos de distúrbios psicológicos e suicídios entre pastores têm surgido na mídia. São casos que estão se tornando públicos e cada vez mais frequentes.
Em 12 de dezembro de 2013 a Revista Gospel Prime publicou a seguinte matéria:

O que leva uma pessoa a cometer suicídio? Segundo psicólogos, pensamentos são algo bastante comum. O Centro para Controle e Prevenção de Doenças Mentais dos EUA, afirmam que 3,7% por cento da população acima dos 18 anos, pensou seriamente em suicídio no ano passado.
Embora alguns suicídios sejam resultado de um impulso, a maioria é planejada. Ainda segundo dados do Centro, metade das pessoas que fizeram um plano o levaram adiante.
Nos últimos 30 dias, três suicídios de pastores conhecidos chocou a igreja dos Estados Unidos. Em 10 de novembro, Teddy Parker Jr., 42, pastor da Igreja Batista Bibb Mount Zion, na Geórgia se matou com um tiro na cabeça.
Sua esposa o encontrou caído na entrada da garagem de sua casa num domingo. Ele já havia pregado naquela manhã e teria de pregar novamente naquele dia. Nenhum bilhete ou explicação foi deixado.
Na semana passada, o pastor Ed Montgomery, que estava de luto pela perda da esposa atirou em si mesmo na frente de sua mãe e filho. Ele e sua falecida esposa, a profetisa Jackie Montgomery, lideravam a igreja Assembleia Internacional do Evangelho Pleno, no Estado de Illinois.
Dia 10 de dezembro, suicidou-se Isaac Hunter, o ex-pastor da igreja Summit em Orlando, Florida. Até o momento, não foi divulgado como ele se matou. O caso chamou atenção da mídia secular porque o pai de Isaac, o pastor Joel Hunter tem sido chamado de “mentor espiritual” do presidente Barack Obama, com quem tem se encontrado com frequência para orações na Casa Branca.
Existem muitas estatísticas sobre como os pastores enfrentam problemas como depressão, esgotamento físico e mental. Nenhuma delas é animadora. Segundo o Instituto Schaeffer, 70% dos pastores lutam constantemente com a depressão, e 71% estão “esgotados”. Além disso, 72% dos pastores dizem que só estudam a Bíblia quando precisam preparar sermões, 80% acredita que o ministério pastoral afeta negativamente as suas famílias, e 70% dizem não ter um “amigo próximo”.
O Instituto Schaeffer também estima que 80% dos estudantes de seminário (incluindo os recém-formados) irão abandonar o ministério dentro de cinco anos. Não há dados consistentes sobre quantos cometem suicídio, mas está claro que os pastores não estão imunes a isso. [1]

Agora, abordando o caso em nossa realidade nacional, São Paulo é a cidade com mais problemas mentais no mundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) detectou que cerca de 30% da população tem distúrbios psicológicos. Mas, entre pastores a situação é pior. Em uma pesquisa realizada pelo Dr. Francisco Lotufo Neto, do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP), em sua tese de livre-docência denominada “A prevalência de transtornos mentais entre ministros religiosos”[2], constatou-se que 47% dos pastores no Brasil apresentam sintomas de distúrbios, sendo em média: transtornos depressivos (16,4%), transtornos do sono (12,9%) e transtornos de ansiedade (9,4%).
Em outras palavras, a pressão psicológica exercida sobre os pastores é consideravelmente grande. É pior do que viver sobre a pressão do dia a dia em uma megalópole.
O exercício do ministério pastoral já traz consigo uma carga em demasia, e isso se torna mais intenso devido ao estilo de vida a que somos submetidos hoje. Um bom conselho, então, para começarmos esse assunto é estimular as igrejas a orar pelos seus pastores e cuidar bem deles, para que eles possam cuidar bem delas.

“Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver” (Hebreus 13:7)

Em uma pesquisa realizada pelo Centro de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos, 70% dos pastores lutam constantemente com a depressão. Para piorar o caso, a depressão ainda é uma doença tratada com preconceito em muitos círculos religiosos. 70% dos pastores que sofrem com a depressão afirmam que não têm um amigo próximo. Dentre os pastores consultados, 71% diz estar esgotado, 72% diz que só estuda a Bíblia quando está preparando a mensagem para pregar e 80% deles acredita que o ministério pastoral está afetando diretamente e negativamente as suas famílias. Por fim, o estudo aponta, ainda outro problema, pois a expectativa é que 80% dos seminaristas deixarão o ministério nos primeiros 5 anos depois de formados[3].
A maneira como o ministério pastoral tem sido exercido e como a igreja tem tratado seus pastores tem exposto os ministros do Evangelho a riscos de distúrbios psicológicos, abandono do ministério e até a uma onda de suicídio. “O estudo mais recente, feito com 1.726 pastores, descobriu que o cargo expõe os ministros a um risco de depressão e ansiedade muito maior do que outras atividades profissionais”[4].
Em 2015 a Revista Gospel Prime publicou uma pesquisa que “revela por que pastores abandonam o ministério”[5], com os seguintes dados:

84% dizem que estão de plantão 24 horas por dia.
80% esperam conflitos em sua igreja.
54% acreditam que ser pastor frequentemente os sobrecarrega.
53% preocupam-se seguidamente com a saúde financeira de sua família.
48% sentem frequentemente que as exigências do ministério são maiores do que eles conseguem lidar.
21% dizem que sua igreja tem expectativas irrealistas sobre eles.

Em concordância com os dados alarmantes desta pesquisa, Scott McConnell, vice-presidente da LifeWay Research, afirmou que 29.000 pastores evangélicos deixaram o pastorado na última década, representando uma média de 242 pastores que abandonam o ministério por mês. Esse dado alarmante nos coloca literalmente para pensar sobre as causas e as propostas de solução para esse problema, porque isso não apenas está matando os pastores como também está servindo para inibir aqueles que dizem sentir algum tipo de chamado pastoral.
No dia 07 de maio de 2010 a Revista Veja[6] publicou uma matéria sobre as profissões que mais produzem estresse e problemas psicológicos. São as profissões (ofícios) que levam à beira de um ataque de nervos e entre elas estão: Controlador de tráfego aéreo, Operador da bolsa de valores, Jornalista, Socorrista, Motorista, Professor, Operador de telemarketing, Juiz de futebol e Especialista em Tecnologia da Informação. Mas, em 9º Lugar está o ofício de Líder Religioso como um dos ofícios mais perigosos para a saúde emocional.
De fato, a carga emocional, pressões, frustrações, ansiedade, exigências e decepções presentes no ministério pastoral tornam esse ofício um dos mais perigosos do mundo, no que se refere a distúrbios psicológicos. Boa parte das pessoas não tem ideia dos efeitos nocivos a que os pastores estão expostos.
Com certa frequência temos ouvido algumas pessoas afirmando que os pastores são culpados por seus próprios problemas e frustrações com a igreja. De fato, pessoalmente já sofri com isso, e posso dizer que até certa medida é verdade. Mas, esse é só um lado da moeda. Do outro lado da moeda, em pesquisas recentes, constatou-se que entre os evangélicos que enfrentam transtornos psiquiátricos 26% é composto por pastores. O que dizer sobre esse dado alarmante?

“Uma onda de suicídios entre pastores está levando a mídia cristã nos Estados Unidos a questionar o que estaria levando os líderes religiosos a um desespero tão intenso”[7].

Em 13 de dezembro de 2017 a Junta de Missões Mundiais da Convenção Batista Brasileira publicou o caso de dois pastores da Assembleia de Deus que cometeram em uma única semana, sendo um caso registrado em Cornélio Procópio (PR) e outro em Araruama (RJ).

Nos últimos dias foram noticiados dois suicídios de pastores no Brasil, reascendendo o debate sobre o apoio das igrejas aos seus líderes a fim de combater a depressão que tem levado líderes religiosos de todo o mundo a tirarem suas vidas.
Um dos casos aconteceu em Cornélio Procópio (PR) no último domingo. O pastor Ricardo Moisés, da Igreja Assembleia de Deus, se enforcou em sua casa que fica nos fundos da igreja. Com 28 anos de idade, Ricardo foi encontrado já sem vida por sua esposa, que chegou a acionar o SAMU e a Polícia Militar, mas era tarde demais.
Nesta terça-feira (12) o pastor Júlio César Silva, ex-presidente da Assembleia de Deus Ministério Madureira em Araruama (RJ) tirou a própria vida por enforcamento. O corpo do pastor foi encontrado na varanda de sua casa, localizada em um condomínio na região nobre da cidade.[8]

Neste último caso, do Pr. Júlio César Silva, este deixou um vídeo falando sobre os conflitos e crises do ministério pastoral e sua relação direta com a forma como os membros têm tratado o pastor. O pastor, na ocasião, fala de duas “amigas” inseparáveis do pastor: a dor e a ausência (sensação de vazio).
Pastores cuidam de casais em crise, de pessoas com problemas emocionais e espirituais, de dependentes químicos, de filhos que enfrentam crises com os pais, tiram dúvidas bíblicas, atendem no horário e fora do horário, fazem reuniões, ensinam e pregam, oferecem cursos, fazem visitas, dedicam horas a fio em estudo e pesquisa e fazem tantas outras coisas mais. Porém, hoje vivemos dias em que muitos pastores têm sido tratados como empregados dos membros.
Na verdade, observando o contexto do Antigo Testamento, aqueles que viviam para o serviço do Templo deveriam ser cuidados pelo povo para cuidar bem do Templo e do povo que ia ao Templo (Dt 18:1-8). É bem verdade que muitos sacerdotes, levitas e até profetas se desviaram da integridade de sua vida e de seu serviço, tanto no passado como hoje. Mas, é igualmente verdade que os pastores que buscam viver em integridade têm que lidar muitas vezes com algumas pessoas que querem esvaziar o Templo e sugar ao máximo aquele que está disposto a cuidar do povo e do Templo. Os valores de nossos dias foram invertidos e isso tem trazido dor e sofrimento para o ministério pastoral. Assim sendo, se no Antigo Testamento o povo tinha o dever de cuidar dos sacerdotes e levitas, hoje muitos só desejam receber os cuidados, nada mais que isso.
O apóstolo Paulo já nos alertava sobre o aumento das práticas pecaminosas nos últimos dias:

Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. (2 Tm 3:1-5)

Então, diante do que o apóstolo apresenta sobre as marcas dos últimos dias, finaliza com um conselho imediato, para o bem da saúde e da integridade do pastor: “Foge também destes” (2 Tm 3:5b). O apóstolo diz isso porque estas são pessoas que sugarão até as últimas forças de um pastor, porque “aprendem sempre e jamais podem chegar ao conhecimento da verdade” (2 Tm 3:7), “também estes resistem à verdade” (2 Tm 3:8b) e estas pessoas são totalmente corrompidas de mente e reprovadas na fé (2 Tm 3:8b). Dessa forma, uma primeira lição para o pastor é saber identificar quais as pessoas que valem a pena receber dedicação e quais as que não valem. Se o pastor não souber fazer essa diferenciação e não agir dessa forma irá definhar e morrer em vão.
É bem verdade que Jesus não curou a todos, não salvou a todos e não visitou a todos, então, um mero pastor humano também não conseguirá fazê-lo, e lidar com as críticas e reprovações é algo que deve fazer parte da consciência de todo pastor, pois Jesus sofreu críticas e reprovações da mesma forma, por isso, um mero pastor humano também terá que aprender a lidar com isso.
Onde estão as pessoas que querem ser bênção na vida dos pastores? Onde estão as pessoas que querem ser amigas dos pastores? Sabemos de muitos casos que filhos de pastores têm repulsa pela igreja, não por causa das ações erradas de seu pai, mas pela forma como viram o seu pai ser tratado por aqueles que ele dedicou tempo e esforço para cuidar.
Esses desgastes emocionais, que minam o pastor aos poucos, são como um câncer que corrói o seu interior devagar e, muitas vezes, quando se percebe, já é tarde. Em 14 de dezembro de 2017 a revista Pleno News publicou a matéria: SUICÍDIO DE PASTORES: EPIDEMIA SILENCIOSA, em que afirmava:

Pastores e líderes precisam de cura da alma. Proponho que haja disciplinas em nossos seminários que possam tratar as mazelas da alma, que não desaparecem com o tempo – sugere o pastor Ângelo Eder, psicólogo clínico, mestre em Educação.
Ângelo Eder explica também que caso alguém tenha sido rejeitado no passado, essa raiz da rejeição pode resultar em dois comportamentos extremos, dependendo da pessoa. Ou levará à tristeza, ao desânimo, à depressão e ao suicídio ou ao outro extremo igualmente nocivo: ira, revolta, rebelião, violência e homicídio.
Assim, sem uma vida emocional saudável, pastores estão sujeitos a muitos riscos. Podem se tornar reféns da dobradinha destrutiva: igrejas que matam seus pastores e pastores que se matam por sua igreja. Então, em um mundo intensamente doente, pastores também podem adoecer.[9]

Nesse caso, citado por Ângelo Eder, uma das propostas de solução está na formação, assim como já dissemos anteriormente ao nos referir à formação da esposa do pastor. O trabalho de base, que hoje é precário, é de suma importância.
Além do que já citamos, apenas para ilustrar o problema real, podemos apresentar mais dois outros casos.
Em 31 de janeiro de 2018 a Junta de Missões Mundiais da Convenção Batista Brasileira publicou a matéria: “Pastor da Assembleia de Deus em MG comete suicídio – Este é o quinto caso em menos dois meses, em dezembro do ano passado três pastores e um presbítero tiraram suas vidas”.

O caso se torna o primeiro deste ano a ser divulgado na imprensa, fazendo o assunto voltar a ser comentado na comunidade evangélica. O caso de Gilson é o quinto em menos dois meses, lembrando que no final do ano passado três pastores e um presbítero se mataram.[10]

Em 30 de agosto de 2018 a revista Gospel Prime publicou:

Após enfrentar depressão, pastor de 30 anos comete suicídio.
O pastor Andrew Stoecklein, de 30 anos, da igreja Inland Hills, Califórnia, EUA, que sofria de depressão e ansiedade, cometeu suicídio no último sábado (25).
No Instagram a esposa Kayla declarou: “Não era o milagre que eu esperava. Ele foi um marido incrível. Por favor, orem por mim e pelos meus filhos. Não sei como vou enfrentar isso”. Ela também escreveu que nunca imaginou ser esse o fim de sua história.[11]

Toda essa problemática ainda chama a atenção para outra questão. Se os pastores estão sendo abatidos psicologicamente pelo exercício do ministério, pelo estilo de vida que a igreja impõe, como ficará a família desses pastores diante desta mesma igreja?
Eventualmente alguém dirá que o justo viverá por fé e que sem fé é impossível agradar a Deus. Isso é bíblico, e, portanto, verdade. Acreditamos que essa realidade cruel não deve ser usada como justificativa para alguém não entrar no ministério pastoral, mas sim como razão para, juntos, buscarmos meios de solucionar esse problema crescente e atordoante. Afinal, é justamente pela fé que devemos buscar a solução.
Como já vimos, uma das propostas de solução passa pela formação do candidato ao ministério, e isso implica numa reestruturação do seminário para que atenda a essa necessidade real, bem como a necessidade de formação de sua futura esposa também. Depois, devemos falar de acompanhamento pastoral, por um profissional especializado, e da conscientização tanto do pastor quanto da comunidade pastoreada por ele acerca dessas questões e da necessidade de um ajuste bíblico e claro sobre a função do pastor e da membresia. Aqui nós estamos falando da conscientização das pessoas sobre seu papel e o papel do pastor. Portanto, seguindo nessa linha de raciocínio, em 17 de dezembro de 2017 a Revista News Rondônia publicou uma matéria sobre o assunto, com o psicólogo Marcos Quaresma apontando as principais causas que levam ao suicídio entre pastores:

POR QUE OS PASTORES ESTÃO COMETENDO SUICÍDIO?
[…] No Brasil, o missionário Marcos Quaresma, que trabalhou com a SEPAL já tratou essa questão. Psicólogo com formação também em teologia, ele afirmou que “a causa mais comum noticiada para o suicídio de pastores e líderes, é a depressão associada a esgotamento físico e emocional, traições ministeriais, baixos salários e isolamento por falta de amigos”.[12]

Identificar as causas de um problema é essencial para buscar meios de solucioná-lo, e aqui encontramos algumas das causas que levam ao suicídio dos ministros: 1) depressão produzida por esgotamento físico e emocional; 2) traições ministeriais; 3) Baixos salários; 4) Isolamento por falta de amigos.
Com base nesses quatro problemas citados, queremos apresentar algumas sugestões que podem ajudar.

1) DEPRESSÃO PRODUZIDA POR ESGOTAMENTO FÍSICO E EMOCIONAL
É importante que os pastores tenham um período de férias e também de folga semanal, que dediquem tempo para sua família e que, mesmo contrariando alguns irmãos, não assumam responsabilidades que lhe sufoquem e esgotem.

2) TRAIÇÕES MINISTERIAIS
Nem Jesus escapou da traição, muito embora estivesse plenamente consciente disso. Porém, se não podemos evitar que alguém nos traia, podemos, ao menos, criar mecanismos que dificultem isso. Por exemplo, não delegue funções de confiança àquele que realmente não mostra ser confiável. Os líderes de grupos e equipes que auxiliam o pastor em uma igreja devem ter as marcas apresentadas em Atos 6 mas também, no mínimo, serem próximas ao pastor, tanto em presença quanto em convicções.

3) BAIXOS SALÁRIOS
Vivemos em um país que vive em constante crise econômica e nem todas as igrejas têm condições de dar um suporte integral ao pastor. Então, isso nos leva a algumas questões: 1. O pastor não deveria ter uma vida diferente da realidade da igreja que pastoreia; 2. Se a igreja não pode sustentar o pastor, este deve trabalhar. Isso é chamado de bivocação. Se este for ocaso, a igreja precisará entender, também, as limitações de tempo que o pastor possuirá. Uma igreja que não sustenta integralmente seu pastor, não pode esperar que este viva integralmente para a igreja.

4) ISOLAMENTO POR FALTA DE AMIGOS
O pastor não pode conversar todos os assuntos internos e conflitantes da igreja com um membro, pois correrá o risco de minar a fé do irmão que talvez não tenha estrutura necessária para ouvir aquilo. Portanto, deverá buscar se relacionar em amizade com outro colega de ministério, de preferência mais experiente. Ou, se for o caso, deverá buscar ajuda de um psicólogo. Nesse caso, o Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos (CPPC)[13] nasceu em 1976 a partir de uma Consulta sobre Teologia e Psicologia, em Curitiba/PR, com o propósito de desenvolver estudos criativos sobre as relações das ciências psicológicas e a teologia e filosofia hebraico-cristã.